Os termos “juventude nem-nem” e “juventude sem-sem” são frequentemente usados para se referir a jovens que não estudam e não trabalham. No entanto, esses conceitos são totalmente diferentes, pois consideram as diversas realidades e experiências dos jovens a partir de perspectivas diversas. O termo “nem-nem” foi cunhado na França, no início dos anos 2000, para se referir a jovens que não estavam inseridos no mercado de trabalho, nem na educação formal. No Brasil, o conceito foi adotado para descrever esta realidade que também é complexa e multifacetada e que tem crescido vertiginosamente aqui em nossa nação.
De acordo com dados do IBGE, em 2022, 27% dos jovens de 15 a 29 anos não estudavam e não trabalhavam. Isso representa um aumento de 10% em relação a 2019. Existem diversas causas para o aumento da população “nem-nem” no Brasil. Entre elas, destacam-se:
- A crise econômica, que dificulta a entrada dos jovens no mercado de trabalho;
- A desigualdade social, que impede que muitos jovens tenham acesso à educação e à qualificação profissional;
- A falta de políticas públicas voltadas para a juventude.
O termo “sem-sem” é mais novo e traduz uma visão adicional. Ele sugere que os jovens que não estudam e não trabalham NÃO são simplesmente preguiçosos ou desinteressados. O processo de “desalento” dos jovens se dá pela inexistência de perspectiva positiva sobre seu próprio futuro, falta de identidade de cidadão capaz de ter um projeto de vida e enfraquecimento crônico de políticas públicas voltadas para o jovem de forma a criar condições de conectar os processos educacionais com a sua empregabilidade.
Na verdade, muitos jovens que se encontram nessa situação enfrentam desafios significativos, como:
- A falta de oportunidades de primeiro emprego;
- Pouca oferta de jornadas educacionais profissionalizantes;
- A necessidade de cuidar de familiares, como idosos, irmãos menores, doentes e acamados;
- A gravidez precoce;
- A violência doméstica.
É importante confrontar esses conceitos para que possamos compreender as causas da exclusão dos jovens do mercado de trabalho e da educação. A partir dessa compreensão, podemos desenvolver políticas públicas que sejam eficazes para atender às necessidades dessa população.
O conceito de “juventude nem-nem” pode dar a impressão de que a culpa é apenas do jovem, enquanto ao falar de “juventude sem-sem” damos um viés que introduz o papel da sociedade civil, organizada ou não no estabelecimento deste infeliz cenário, bem como na construção de soluções mais eficientes para revertê-lo.
A Fundação Wadhwani acredita que o jovem desalentado é, em grande parte, vítima de uma consequência social que precisa ser superada. Em nossa perspectiva é preciso investir na educação e na qualificação profissional dos jovens: isso ajudaria a aumentar as chances de eles encontrarem um emprego. Nas formações que a Fundação Wadhwani investimos de forma importante no desenvolvimento de soft skills para a atuação profissional, como comunicação, colaboração, relacionamentos, produtividade, autogestão, etc.
A Fundação Wadhwani é uma organização sem fins lucrativos que oferece suas formações em formato pro-bono, sem nenhuma contrapartida financeira de nossos parceiros. Conheça mais sobre nosso trabalho em nosso site ou entre em contato com nosso time através do fone (11) 99654-7330.
Lucia Alves Rodrigues
Lúcia é educadora, formadora de professores, conteudista e desenvolvedora de projetos educacionais. Atua como Diretora de Novos Negócios e Parcerias da Fundação Wadhwani no Brasil.
Wadhwani Skills Network | Formações Wadhwani em Competências Profissionais e Socioemocionais
